Vários  juristas ao se opuserem ao plebiscito argumentaram sem nenhum constrangimento:  estes temas complexos são incompreensíveis para o povo, leia-se "plebe", entender.

Neste mês, durante 15 dias estarei a serviços do PARFOR-UFPA e 15 dias, me dividindo entre a graduação e descansos de finais de semanas.

Portanto, as postagens serão assistemáticas no mês de julho.

Parece que os oposicionistas ao governo Dilma ainda não compreenderam a dimensão do que está ocorrendo no Brasil após as grandes mobilizações  que vêm ganhando as ruas do país. Enquanto os atos acontecem, dirigentes nacionais do PSDB, DEM e PPS vêm tentando se diferenciar das iniciativas do governo e tentando jogar esta crise para a responsabilidade da presidente da república.

Ontem, novamente a sociedade  brasileira saiu às ruas. Foram 700 mil no Rio, 100 mil em Recife. 20 mil em Belém. Todas as capitais e mais 60  cidades protestaram, em escalas de milhares, que somados chegaram a mais de dois milhões de pessoas.

Não podemos reduzir as manifestações populares à dimensão social. Junto com a denúncia da falência dos serviços públicos,  veio de forma absolutamente cristalina, a denúncia do sistema político: os cartazes e as palavras de ordem do tipo- “Os políticos não me representam”. Os ataques aos palácios legislativos e executivo,   sintetizam  a constatação de que está havendo uma clara distorção entre representantes e representados no Brasil.

Os protestos em curso no Brasil revelam  que o povo brasileiro quer resposta imediata para quatro  questões centrais: o caos da mobilidade urbana,  a falência dos serviços públicos básicos, a  crise de representação política e um combate vigoroso à corrupção.

Após duas semanas de intensas mobilizações de massas pelo Brasil, já podemos alinhavar alguns pontos de vistas que servem como ensaio sobre as causas, desenvolvimentos e limites deste movimento.