Não podemos reduzir as manifestações populares à dimensão social. Junto com a denúncia da falência dos serviços públicos,  veio de forma absolutamente cristalina, a denúncia do sistema político: os cartazes e as palavras de ordem do tipo- “Os políticos não me representam”. Os ataques aos palácios legislativos e executivo,   sintetizam  a constatação de que está havendo uma clara distorção entre representantes e representados no Brasil.

A presidente da república, demonstrando muita sobriedade deu respostas de pronto às principais demandas das ruas direcionadas à mobilidade urbana, saúde e educação. Para fazer frente à evidência de uma crise de representação política no Brasil, Dilma propôs um plebiscito para a realização da reforma política.

A oposição, para demarcar campo político, sem compreender a gravidade destas manifestações políticas, se coloca contra o plebiscito, e propõe que o congresso faça a reforma política e a submeta a um referendo popular.

Todos sabem, inclusive quem não é especialista em ciência política, que este congresso já teve muito tempo para fazer a reforma política no Brasil e não conseguiu se mover devido ao conservadorismo do status quo, ou seja, a maioria dos deputados não irão querer mudar as regras pelas quais estão eleitos. É o TSE quem vem melhorando o sistema político brasileiro.

Pois bem, o debate é o seguinte: quem deve balizar a reforma a reforma política: o congresso ou o cidadão eleitor? Se a resposta for o congresso, então a opção será o referendum, mas se a resposta for o povo, então a resposta será o plebiscito.

Eu não tenho a menor dúvida neste debate: a convocação do plebiscito é a melhor escolha, pois o povo, nas urnas, dará os parâmetros dos debates para o congresso nacional, então, construir e promulgar a reforma política no Brasil.

Creio que faltam  poucas medidas para melhorar o sistema político brasileiro, tais como: sistema proporcional de lista fechada flexível. Financiamento público de campanha. Adaptar o quociente eleitoral  para evitar que os mais votados fiquem de fora em detrimento de candidato com poucos votos. Fim da tutela orçamentária do executivo sobre os mandatos parlamentares.

Tenho dito.

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