Parece que os oposicionistas ao governo Dilma ainda não compreenderam a dimensão do que está ocorrendo no Brasil após as grandes mobilizações que vêm ganhando as ruas do país. Enquanto os atos acontecem, dirigentes nacionais do PSDB, DEM e PPS vêm tentando se diferenciar das iniciativas do governo e tentando jogar esta crise para a responsabilidade da presidente da república.
Meus caros oposicionistas: este movimento não é contra o governo Dilma, nem contra o PSDB. Este movimento é contra toda a classe política: é contra o governo federal, estadual e municipal. É contra todos os tipos de parlamentares: municipal, estadual e federal e contra todos os governos.
Este movimento, diferentemente do que muitos acham, não é despolitizado, ele rejeita, sim, toda a classe política. Afinal, todos os serviços públicos de base municipal e estadual, funcionam de forma precaríssima, ou simplesmente não funcionam, como é o caso dos serviços de transportes.
Portanto, senhores oposicionistas, sentem com o governo federal, fechem um pacto nacional, aprovem uma agenda de emergência para fazer frente aos gritos das e ruas, e deem poder ao povo para se pronunciar sobre a reforma política.
Reforma política? Sim. Quando vemos centenas de cartazes bradando de que os políticos não os representam, significa dizer que a distorção entre representante e representado chegou ao limite máximo no Brasil. Antecipem-se, para que esta crise política e social, não se transforme em crise de regime. Aí a crítica não será mais aos políticos e aos órgãos representativos, mas a todo o modelo de Estado Democrático, em que vivemos.
Este território de protesto é caldo de cultura para emergência de lideranças antidemocráticas, a exemplo no passado, de Getúlio Vargas no Brasil em 1937, Mussolini na Itália em 1922 e Hitler na Alemanha em 1933.
Caros oposicionistas, saiam do palanque e se antecipem politicamente. Porque ninguém sabe, no médio prazo, em que vai dar estes protestos.
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