Um dos objetivos da máquina ideológica e de hegemonia da direita é esconder a parcialidade do Estado em favor dos ricos., como mecanismo para evitar que o confronto de classes fique explícito perante a população pobre do Brasil, que representa mais da metade do povo brasileiro.

Mas os teóricos da direita não combinaram esta estratégia com a direita congressista brasileira. O parlamento nacional brasileiro vetou ou procrastinou todas as grandes iniciativas do governo Lula que visavam garantir orçamento para as políticas públicas redistributivistas, como a isenção de impostos para quem ganha até R$ 5.000,00 (cinco mil reais)  e para ampliar as políticas sociais. Como: subsídio ao gás, à conta de energia elétrica, e à Minha Casa Minha Vida, ao pé de meia, etc.

Ao mesmo tempo em que a direita congressual vetou o aumento da taxação sobre as operações financeiras para os ricos, impediu que o governo taxasse as grandes fortunas e procrastinou por meses a aprovação da isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Ao mesmo tempo em que a direita impediu o governo Lula de taxar os super ricos, provocou um rombo de 20 bilhões de reais para fazer frente aos aumentos dos gastos do governo com os pobres, a direita congressual impôs o sequestro de 50 bilhões de reais no orçamento, apenas, para financiar as emendas parlamentares, reduzindo em 50% a capacidade do governo para financiar as políticas públicas em favor dos mais pobres deste país.

Mas as lideranças congressuais não pararam por ai, o presidente do senado Davi Alcolumbre, está sabotando o governo Lula, porquê este senador queria nomear como ministro do Supremo Tribunal Federal, o senador Rodrigo Pacheco. A sabotagem de Alcolumbre gerou uma despesa anual aos cofres públicos que deve ultrapassar os R$ 20.000.000,00 (vinte bilhões de reais), ao liderar a aprovação de uma política especial de aposentadoria aos Agentes Comunitários de Saúde.

Existe neste momento, nascido desde a derrubada da presidente Dilma, um super fortalecimento orçamentário do congresso nacional, obtido através de chantagem em contraposição a presidentes com partidos fracos no congresso, a exemplo do governo Temer e do governo do presidente Bolsonaro.

Mas não devemos imaginar que o congresso brasileiro está produzindo por suas iniciativas boas políticas públicas em favor da maioria da sociedade brasileira, não, este congresso é pífio na produção de políticas públicas em direção aos mais pobres do Brasil. Este congresso eleito em 2022, onde 70% de seus membros vivem para defender os mais ricos, ameaçando retirar direitos do funcionalismo públicos e impedindo a taxação dos mais ricos para financiar os mais pobres. É o congresso mais classista, devido ao seu obstinados apoio ao mais ricos e que deve sofrer grandes abalos quando o destino das emendas PIX forem investigadas.

Esta direita sem medo de ser classista e corajosa por fazer aliança explícita com a extrema direita antidemocrática, certamente nas eleições de 2026 vai fugir dos debates políticos e vai apostar numa agenda extra política, discutindo aborto, drogas, veto às novas famílias, religião, defendendo um Estado teológico, enfim apresentando uma agenda de valores e costumes pré-modernos, tendo milhares de pastores e padres de direita como seus cabos eleitorais em todos os municípios deste país. As igrejas e religiões têm capilaridade, desde as grandes cidades até as pequenas cidades no interior da Amazônia e do nordeste.

Não devemos nos iludir, apenas a metade dos eleitores do Brasil se interessam por política, como instrumento para melhorar as condições de vida do nosso povo, a outra metade são composta de pessoas inteligentes da direita e extrema direita que se travestem de religiosos e conservadores, e através de grandes acordos com os chefes das igrejas pragmáticas prometem nova vida em outro mundo, demonizando os setores progressistas da sociedade, e o que é pior, a imensa maioria da base conservadora, teológica e de direita são constituído por pobres com baixa capacidade de entendimento de sua pobreza e das causalidades sociais, econômicas e políticas.

Não se reverte a alienação política da metade da sociedade com debate na TV ou nas redes sociais. Os pastores e padres de direita tem a confiança deste povo pobre porquê convive com este no dia a dia, nos bons e nos maus momentos. Portanto, somente a implantação de trabalhos sociais e políticos contínuos e duradouros poderão conquistar a confiança desta população, que está sob o domínio das igrejas evangélicas, que utilizam os valores da bíblia para captar sufrágio em favor de seus candidatos de direita.

Política de médio e longo prazo passaria pela educação cidadã no ensino infantil e fundamental, porém a maioria dos professores, são também capturados pelo discurso alienante, de cada 10 professores, pelo menos seis são conservadores. Portanto, iriam ensinar a cidadania acrítica, fora de contexto e não alterariam esta realidade no médio longo prazo. Só a politização da classe trabalhadora, a partir do local de trabalho poderia alterar este quadro alienante, mas falta instrumento organizativo, nossos sindicatos e associações comunitários, hoje, são uma piada, com raríssimas exceções.

Esforços concentrados nas redes sociais e com ferramentas de acesso direto aos mais pobres ( Outdoors) poderiam ser tentados, mostrando o voto de cada parlamentar no interior do poder legislativo quando o assunto significou financiar políticas públicas para financiar os mais pobres. Este movimento teria de atingir cada capital e cada município.

 

 

 

 

 

 

 

 

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