No Brasil a bi polarização política se dá entre duas grandes coalizões lideradas no plano federal  pelo PT e PSDB.

A militância petista e tucana de base, acha que existe uma enorme diferença política e ideológica entre PT e PSDB, lêdo engano.

O núcelo tucano inicial ( FHC, Covas e Cia.)  conformavam o MDB autêntico dentro da frente partidária que era o MDB. No front social estava Lula e os sindicalistas do ABC paulista.

Estes grupos marcharam em ação conjunta na luta pela redemocratização. A grande divergência se deu na discussão sobre: em que momento deveria ser criado um partido que representasse a nova sociedade civil emergente?

Lula defendeu a criação imediata de um novo partido. FHC defendia que deveria se reforçar o MDB  até que a Ditadura Militar fosse vencida.

Lula saiu, impulsionou a construção do PT em 1980 e FHC ficou no PMDB até 1989.

Estes dois grupos têm em comum o fato de ambos surgirem  reforçando a sociedade civil e acreditarem muito mais nos acordos coletivos entre patrão e empregado, do que na ação paternalista do Estado.

FHC bebe na fonte de Raimundo Faoro e Lula é do socialismo democrático ou social democracia autêntica. FHC se diz social-democrata, mas no fundo é um social liberal.

Em comum os dois têm grande desconfiança do Estado e do corporativismo sindical público. Do ponto de vista do governo central, estes dois grupos tendem a se aproximar em temas econômicos, no que concerne  nos fundamentos do controle inflacionário.

Do ponto de vista político, o PT é mais estatista e o PSDB é mais liberal. Hoje, eu, pessoalmente, depois de 30 anos sem ver a melhoria nos serviços de segurança, saúde e educação, estou descrente da capacidade de gestão dos servidores públicos, nas escolas, nas unidades básicas de saúde e nas delegacias e penitenciárias.

Neste momento Alckmin (PSDB) e Haddad (PT) estão em franco diálogo visando otimizar  a ação do poder público na maior cidade da américa latina.

Não se deve estranhar esta demonstração de civilidade, afinal estes dois partidos são  meio irmãos, e que brigam, tão somente pelo controle da máquina governamental.