As chuvas vêm demonstrando a performance de Belém como a capital menos saneada do Brasil. Duas ações se conjugam neste espetáculo com cara de catástrofe: a incapacidade dos governos municpais em viabilizar políticas de saneamentos e educação ambiental e a falta de visão do que é bem público por parte da maioria da população, especialmente a mais pobre.
Com efeito, muitos recursos fluem em direção aos municípios para o saneamento, mas o patrimonialismo das elites locais "comeram" grande parte destes recursos através de superfaturamentos de obras e serviços que só existiram na prestação de contas fundadas em papeladas.
Enquanto isso, grande parte da população descarta lixo nas ruas e nos canais da cidade. As chuvas denunciam em grande parte que os tubos de esgotos estão "entupidos".
Duas ações deveriam ser tomadas a partir do governo defederal em direção aos estados e municípios: criar uma política de Estado para o saneamento das cidades, com duração de pelo menos 30 anos, onde fosse obrigado percentuais de gastos permanentes no orçamento anual para o enfrentamente deste, que é o mais grave dos problemas da cidade. Ou seja, deveria ser criado um sistema único de política de saneamento no Brasil, com a sinergia de gastos federais, estaduais e municipais, a exemplo das políticas de saúde e educação.