Em ciência política trabalha-se com tendências probabilísticas quando se pensa em competição eleitoral. Normalmente estas tendências começam a se desenhar a partir da medição da percepção popular, através de pesquisas, sobre o desempenho de um governo.
Logicamente que a política, por ser objeto de estudo da ciência política, inscreve-se no escopo das ciências sociais, e portanto, não é uma ciência exata. Esta característica torna eventos sociais imprevisíveis, a priori. É por isso que só podemos falar em tendências, e que estas, podem ser modificadas por variáveis intervenientes dotadas de enorme imprevisibilidade.
Há poucos anos atrás, uma eleição na Espanha, com a vitória praticamente “certa” para a reeleição do gabinete conservador de “ José Maria Asnar”, foi modificada há 7 dias do pleito, tendo como variável interveniente, a explosão de uma bomba na estação ferroviária de Madri, tendo como subproduto a morte de centenas de pessoas. O partido socialista de Zapatero acabou por vencer aquele pleito.
Mas, voltando à sucessão governamental no Pará, podemos assim imaginar as possibilidades eleitorais do PSDB:
1-Fatores que indicam o poder de competição do PSDB:
1.1-contar para uma possível reeleição com o governador, que representa a maior liderança política do estado que foi consagrado nas eleições de 2010.
1.2-Contar com uma coligação com muitas pequenas legendas como: DEM, PP, Solidariedade, PSD.
1.3-Contar com o apoio da maioria dos deputados estaduais.
1.4-Ter o poder de usar a máquina do estado e suas obras como instrumento de obtenção de créditos políticos frente ao eleitorado.
1.5- O poder midiático do grupo O Liberal.
2- Fatores que jogam contra o PSDB nas eleições de 2014.
2.1-O fato de Jatene vir para o terceiro mandato e o quinto do PSDB nos últimos vinte anos. Gerando o apelo contra a “panelinha” produzindo a emergência da irresistível roda da alternância na mente do eleitorado.
2.2-A má avaliação do governo há 10 meses do processo eleitoral.
2.3-A coligação, na oposição, de grandes partidos como o PMDB e o PT.
2.3-O poder da máquina federal e suas obras no estado jogando em favor da oposição. No contexto da reeleição da presidente da república ligada ao PT e PMDB.
2.4-Se com Jatene a eleição já será difícil para o PSDB, imaginem se o PSDB apresentar outro nome para a disputa governamental no Pará. As dificuldades aumentariam.
2.5- O poder midiático do grupo RBA.
Portanto, eu diria peremptoriamente. A disputa para o governo do estado em 2014 não tem favorito, se Jatene vier disputar a reeleição. Caso Jatene desista de competir, então a oposição começa a ganhar favoritismo.