Pelas redes sociais foi noticiado  que Simão Jatene continua candidato a governador. Parece que agora a água voltou a correr tranquila por debaixo da ponte  tucana. Nilson Pinto com sua disposição de ocupar a “moita”, que parecia secundarizada, acabou por impulsionar uma rápida decisão nos arraiais bicudos.

Por enquanto tudo ainda é especulação. Como esta neo-informação  não foi desmentida, parece que pode ser verdade, afinal parece que a fonte  desta notícia goza de alto prestigio no arraial tucano.

Assim sendo  temos, efetivamente,  quatro nomes que disputarão o governo do estado: Jatene-PSDB, Ademir Andrade-PSB, Helder PMDB-PT e Aracely Lemos-PSOL. Efetivamente temos PSDB e PMDB como polarizadores destas eleições. Ademir Andrade construirá um palanque estadual ao presidenciável Eduardo Campos, mas no segundo turno deve vestir a camisa amarela e azul.

Em favor da candidatura Jatene,  temos a máquina estadual e as obras e serviços que vêm sendo finalizadas no estado: Asfaltamento de rodovias, inauguração da avenida independência. Os tucanos Esperam que nesta reta final, o governador consiga trazer à percepção popular outras dimensões de seu governo, como o investimento estrutural em saúde e o início de ações concertadas e bem orientadas para refazer a infraestrutura nas escolas estaduais.

Contra Jatene temos a péssima percepção popular em torno  da capacidade de seu governo para enfrentar temas como segurança, assistência à saúde e mobilidade urbana. Sem falar que as populações dos municípios paraenses não conseguem "perceber" as ações efetivas do governo em favor da infraestrutura das  microrregiões.

Por outro lado, existe uma rejeição respeitável ao governador Jatene, por parte das relações estabelecidas nos últimos quatro  entre o governador e os prefeitos municipais. Mesmo o baixo clero da Assembleia Legislativa e os partidos da base reclamam do distanciamento do governador no último quadriênio: eles se perguntam, por eu devo lutar para  reeleger Jatene, se ele nos faltou nos últimos quatro anos?

Em favor de Helder Barbalho temos a conformação  junto com o PT da maior coalizão que vem decidindo as eleições desde, 2002 para cá. Também ajuda a candidatura Helder a baixa percepção popular em torno das realizações do governo Jatene no campo da saúde, segurança e mobilidade urbana, assim como o “esquecimento” de parceiros locais, por parte da classe política governista no estado, inclusive dentro da ALEPA e dentre a base aliada sustentada a partir das prefeituras.

Helder também tem a seu favor, a juventude, representando, cronologicamente, a emergência de uma nova elite política  no estado. Ao mesmo tempo assistimos a elite governante paraense, envelhecida, e “entediada após 16 anos de gestão,  quase ininterrupta à frente do governo estadual. Em favor de Helder também conta o império de comunicação representado pela rede RBA.

Contra Helder, a oposição conta com a velha rejeição da classe média metropolitana ao  pai de Helder, o ex-governador Jáder Barbalho. A situação tucana conta, quase que como um milagre político, com a construção, artificial, de rejeição na candidatura Helder, tendo como ponto de partida as velhas e renovadas acusações de corrupção formulada pela empresa arquirrival do PMDB, o grupo ORM de comunicações.

Contra Helder pode pesar o fato de as correntes minoritárias petistas, representada pelos grupos mais à esquerda rejeitarem aliança com o PMDB no primeiro turno. Ou seja, apenas 70% da base orgânica  estaria afinada com a estratégia comandada pela direção  nacional petista.

Neste momento a coligação governista “fuça” cada passo de Helder à frente, por oito anos, da prefeitura de Ananindeua. Qualquer deslize será tratado como grave erro. A intenção é  clara: construir uma imagem de corrupto ao jovem candidato pemedebista.

Independente da retomada da “normalidade” na corrida governamental paraense e das estratégias situacionistas e oposicionistas, as pesquisas já demonstram um enorme equilíbrio, na percepção popular, entre oposição e situação paraense. Para a candidatura Helder, já é um feito astronômico, haja vista que o mesmo está conseguindo obter visibilidade estadual, há mais de dez meses do pleito eleitoral.

A dubiedade em torno da candidatura ou não de Jatene, desorganizou, em muito, a base governista em nível estadual. Fala-se que grande parte das bases  governista municipal já teriam migrado em direção à candidatura Helder. Agora a candidatura governamental deve correr atrás do prejuízo.

Os eleitores mais à esquerda, sejam os petistas ou independentes deverão migrar em direção à candidatura  do PSOL, como única alternativa de fazer uma crítica às candidaturas dos dois partidos (PSDB e PMDB)  situados no espectro de centro da política paraense.

Creio que esta eleição será bi-polarizada, entre PSDB e PMDB  se  o PSOL não apresentar candidaturas mais competitivas, como os nomes do deputado Edmilson e da vereadora Marinor. E quem ousar  fazer análise, buscando a equidistância será taxado ou de tucano ou de pemedebista. Mas estes são os ossos de ofícios, num estado  que ainda vive sob o jugo de opiniões bi partidarizadas;

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