Dilma e Jatene  se reelegeram com margem estreita de votos. Dilma e Jatene tinham contra sí o longo período de seus partidos e grupos à frente do destes governos. Dilma e Jatene venceram porque foram competentes em trabalhar de forma concertada  duas variáveis centrais em uma disputa eleitoral:  a criação de incertezas e o uso da máquina de governo como substrato para uma competente estratégia eleitoral.

Dilma  criou incertezas para a maioria do eleitorado usando os programas sociais, em especial o bolsa família como instrumento de demonização da candidatura Aécio.  Jatene criou incertezas ao eleitorado da capital utilizando as denúncias recorrentes   contra o senador Jáder para atingir a candidatura Helder.

Dilma prestou contas de forma competente de seu mandato. Jatene, com poucas obras,  fez a distribuição do cheque moradia e do asfalto pré-eleitoral como arma para conquistar o eleitorado mais pobre da nossa capital e adjacências.

Por certo os fatores que podem explicar vitórias e derrotas são muitos, mas têm os principais e os secundários. Estou me referindo aos principais. Eu diria que Dilma e Jatene ganharam as eleições porque ganharam o grande debate. Sozinhos, bolsa família e cheque moradia não explicam as vitórias de Dilma e Jatene. Mas podemos dizer que Dilma e Jatene conseguiram, de forma vitoriosa, convencer a maioria doo eleitorado das incertezas que adviriam com as possíveis vitórias de Aécio e Helder.

Nada  que foi utilizado nestas campanha são estranhos ao mundo da competição eleitoral numa democracia de massas.  O que me parece imaturo  é a oposição nacional querer realizar o terceiro turno no “tapetão”. Esta ação me lembra muito as ações da UDN durante a república de 1946. A cada derrota udenista advinham ações legais contra a posse do presidente ou do vice, a exemplo de 1950, 1955 e 1961. O resultado, foi o golpe de 1964.

Mas, voltando à temática central deste ensaio, podemos concluir que partidos e candidatos devem retirar muito aprendizado estratégico das eleições de 2014: candidato que não der tratamento especializado à temas que lhes demonizem está fadado ao fracasso. Nunca um candidato ao governo que ostentou avaliação de governo abaixo de 30% ganhou uma eleição no Brasil redemocratizado.

Jatene ganhou estas eleições com menos de 30% de avaliação positiva. Ou seja, a demonização bem construída pesou mais, em Belém, do que a gestão sofrivelmente avaliada de Simão Jatene. Belém. Garantiu a vitória tucana em 2014 no Pará. Portanto, candidato que ostentar histórias divulgadas como negativa e assim  percebida pelo eleitorado deve tratá-la, antecipadamente, para entrar na competição eleitoral menos propenso aos ataques dos adversários.

Tenho dito.

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