A notícia que tomou conta do estado do Pará, na semana passada,  foi a anunciada desincompatibilização do governador Jatene  a  partir do dia 31 de março e a ascensão ao governo do vice Helenilson Pontes.



Jatene, por razões de coerência, descartaria concorrer a reeleição no cargo. Mas  a família de Jatene estaria “jogando pesado” contra a recandidatura ao governo do patriarca por motivo de saúde.

Então Jatene estaria livre para concorrer ao senado, à câmara dos deputados e à ALEPA. Ser candidato a deputado estadual significaria eleger uma fortíssima bancada estadual do PSDB.

O mais concreto é que Jatene não concorreria ao governo. E teria definido a priori, o vice Helenilson, como o candidato do governador às eleições executivas de 2014.

Neste desenho, Helenilson seria o governador, o PSDB indicaria o vice. Mário Couto viria ao senado e Jatene a deputado estadual. Nesta estratégia, Helenilson do PSD declararia apoio a candidatura Dilma e neutralizaria a máquina federal no estado. Aécio e o PSDB estariam rifado.

Esta é uma análise coerente, mas parece que se esqueceram de combinar com o PSDB nacional e paraense. Tudo indica que os tucanos não aceitarão esta diretiva de Jatene.

Caso Jatene mantenha esta posição, deverá ocorrer uma rebelião no PSDB do Pará e que seria apoiado por Aécio e o PSDB nacional.

Na avaliação de tucanos bem emplumados, Helenilson além de ser um estranho fora do ninho, é desconhecido no estado e poderia viabilizar a vitória de Helder ainda no primeiro turno. Além de Helenilson ter o veto da maior liderança do oeste do Pará, que é o deputado Lira Maia do DEM.

Assim, é de se esperar que os tucanos paraenses não deverão deixar Aécio  sem um palanque no estado e a contra ofensiva será em dois sentidos: 1- produzir uma pressão monumental para que Jatene, não sendo candidato, venha a  apoiar um tucano ao governo estadual, e 2- Caso esta tentativa venha a fracassar o PSDB deverá lançar, de forma autônoma, uma candidatura própria ao governo estadual.

Neste cenário, teremos pelo menos três candidaturas fortes ao governo em 2014: de Helenilson e a máquina do estado. De um quadro de massas do PSDB que poderia ser Flexa, Couto ou Nilson Pinto. E Helder Barbalho. O segundo turno estaria garantido, Aécio teria um palanque estadual e os tucanos poderiam ainda brigar pelo governo.

Em todas as avaliações, seria grande a chance de um quadro tucano vir a derrotar Helenilson Pontes, que na visão dos tucanos de alta plumagem,  o vice é um desconhecido no Pará.

Para estes tucanos, são grandes as chances de um segundo turno nas eleições presidenciais no Brasil. Estes tucanos acham que nestas circunstâncias são grandes as chances de Dilma vir a ser derrotada, tendo em conta o tempo de permanência do PT no governo federal e a deterioração dos indicadores da economia nacional.

Parece que o jogo sucessório começa tomar rumos inesperados no Pará. A tucanada parece estupefata,  decepcionada e triste no Pará, pois estão se sentindo abandonados pelo chefe do executivo estadual. Que o digam o presidenciável Aécio.

 

Compartilhar
FaceBook  Twitter