Nesta quinta feira passada (03)  a direção nacional do PTB, através de seu site oficial apresentou o nome do ex-prefeito de Belém entre 2005 e 20012 como eventual candidato ao governo do Pará nas eleições próximas.  Estranhamente, neste sábado, nenhum grande jornal da terra comentou este fato, que por sí só, é relevante, uma vez que um nome com densidade eleitoral na capital se apresenta para a disputa.

Esta candidatura deve trazer preocupações, tanto para a candidatura Jatene como para a candidatura Helder. O candidato do PSDB deve estar pressentindo que sua cidadela, a região metropolitana, será terrivelmente afetada por esta candidatura. Já o candidato do PMDB deverá ter certeza de que os estrategista de Dudu deverão comparar, metro a metro, os resultados entre Dudu e Helder à frente das prefeituras de Belém e Ananindeua, quando estes dois políticos governaram estas cidades por 8 anos.

Jatene tem o apoio da máquina estadual, mas tem contra sí  a avaliação de gestão com percepção popular muito baixo de avaliação positiva (Bom/ótima) . Helder tem a seu favor a aliança com o PT, mas tem contra sí a marca negativa incorporada à imagem de seu pai, o senador Jáder. Duciomar tem a seu favor o enorme patrimônio de drenagem e pavimentação asfáltica de 2/3 das vias públicas de Belém e contra sí, muitas denúncias de malversação de recursos públicos.

Creio que o voto de esquerda migrará para a candidata do PSOL Aracélia Lemos, que não deve ultrapassar os 5% da votação estadual. O certo mesmo é que o público ativo em política não ultrapassa a 1%, que são as direções partidárias e o seu entorno, incluindo os movimentos sociais autênticos.

Quem decide as eleições é  o eleitor mediano que chega aos 95% do eleitorado. Este eleitor, aqui no Brasil, especialmente no Pará, é despolitizado, desideologizado e não gosta nem de partido, muito menos de político. Este cidadão decisivo só começa prestar  atenção nas eleições após o início do horário eleitoral gratuito, há 45 dias do pleito.

Todos os candidatos, sejam eles de direita ou de esquerda. Sejam eles  honestos ou desonestos, recebem o mesmo carimbo do eleitor mediano: ladrão. Esta é a imagem que os partidos e governantes conseguiram se auto imprimir a partir de denúncias, escândalos e debates polescídio. Tudo amplificado pelas grandes mídias, redes virtuais e blogs.

Em síntese: o eleitor mediano parte do pressuposto de que todos  os políticos são ladrões, e como tal, será a avaliação pragmática que decidirá seu voto. A primeira pergunta deste eleitor é: o governo de plantão fez mais do que prometeu? Caso contrário, seu voto se dirige para a oposição.

A segunda pergunta deste eleitor é:  dentre os candidatos oposicionistas, qual é o que   tem a capacidade de melhor responder aos problemas que afetam a minha vida cotidiana? O candidato de oposição que melhor convencer este eleitor mediano, terá maior chance de ser sufragado nas urnas.

As pesquisas demonstram claramente: candidato a reeleição que tem menos de 50% de avaliação positiva (Bom/Ótimo) tem grandes chances de ser derrotado. Candidato de oposição que tem boa notoriedade e tem histórico de ser realizador tem grande chance de ser percebido pelo eleitor mediano como a alternativa menos ruim, e receber seu voto.

O voto do eleitor mediano, é sempre um voto deprimido, ele vota pragmaticamente, mas tem quase certeza de que as chances de ver aquelas promessas cumpridas, são mínimas. E assim caminha a democracia, num estado onde a metade da população ganha até um salário mínimo. O reino das necessidades domina no momento da tomada de decisão do voto. Ou seja, o voto é sempre uma aposta, e como toda a aposta, a chance de acertar é sempre baixa.

A candidatura de Dudu lança duas tendências probabilística com altas chances de ocorrer: fica declarado de que haverá segundo turno no Pará. Fica certo de que se Jatene for o candidato dom PSDB, estará no segundo turno, e de que, Helder e Dudu, deverão  travar uma disputa dura, mas respeitosa, porque um precisará do outro num eventual segundo turno. Afinal, ninguém acredita de que o planalto não juntará suas bases estaduais num eventual confronto finalístico com o PSDB.

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