Reproduzo em baixo postagem do blog  Bacana, onde busca-se meter uma cunha entre o Pastor Josué Bengtson e o candidato Duciomar Costa. Aproveito e analiso a lógica de competição partidária baseada na metralhadora giratória de aliados da candidatura Helder do PMDB.

A postagem do Bacana:

Planejando, como de costume


Dudu procurou Carmona para dizer que gostaria de falar com Helder.

Logico que ficou na cara que isso era uma tentativa de sentir o pulso de Josué, já que Carmona e Josué são amigos de longa data.

Dudu poderia procurar Parsifal, tem o telefone dele, e Parsifal hoje é o coordenador político de Helder.

Não procurou porque não tinha esse interesse de bater papo com Helder, mas de saber como Josué estava se sentindo depois da bela sacanagem que fez com o deputado federal.

Duciomar já havia pedido a presidência do PTB mas Bengton ficou de pensar.

Em uma entrevista ao Blog do Bacana Josué foi absolutamente franco ao defender a candidatura de Duciomar ao Governo, mas  também foi claro que o ex prefeito precisava fazer um leque de alianças partidárias para sustentar essa candidatura.

Dudu, esperto que só ele, leu na entrevista apenas o que quis, como sempre. E claro, foi pedir o partido para comandar o processo eleitoral. Absolutamente temerário diga-se. Josué é um homem que comanda a igreja Quadrangular no estado, são de 150 a 200 mil votos, uma diferença danada em qualquer eleição.

E um homem que não precisa de nada de governo algum, vai para que lado quiser.

Já Dudu sempre agiu como um semideus, só, sem grupo, atuando sempre por seus únicos interesses.

Por enquanto tocou sua flauta furada e encontrou uma brecha, ridícula que seja, para dar prosseguimento aos seus planos.

Mas o troco pode ser pior que a compra.

 
Minha análise ( Edir Veiga)

 
O blog do bacana publicou a matéria acima. Não entendi o grau de elaboração intelectual que permeou esta engenharia política. Talvez o objetivo fosse meter uma cunha entre o Pastor Josué Bengtson e o candidato Duciomar Costa. Até agora não entendi o cálculo político que está orientando tal estratégia.

Ás regras que orientam as disputas para o executivo brasileiro são claras: em colégios eleitorais com mais de 200 mil eleitores, necessariamente tem de ter segundo turno, caso nenhum dos candidatos venham a obter a maioria absoluta em primeiro turno, ou seja, 50% mais dos votos válidos.

Parece claro que Helder, até o momento vinha disputando palmo a palmo com o governador Jatene as preferências do eleitorado, pelo menos assim relatam as pesquisas até agora reveladas. Ou seja, se as eleições fossem hoje passariam ao segundo turno, Jatene e Helder. Mas todos acreditavam que num contexto de dois competidores, estas eleições poderiam terminar em primeiro turno.

De uma semana pra cá entrou mais um ator com peso eleitoral em campo, o ex prefeito Duciomar Costa. Esta terceira candidatura nos permitiu chegar a duas premissas de imediato: 1- haverá segundo turno, e 2- Jatene estará no segundo turno.

Ora se haverá segundo turno e Jatene estará no segundo turno, então Helder e Dudu travarão uma dura disputa política entre sí.  Mas esta batalha teria de ser em alto nível para que um pudesse contar com outro, em um eventual segundo turno contra Jatene e “sua”  máquina estadual.

A estratégia que começa a ser expressa a partir de aliados da candidatura Helder, materializa uma tática suicida. Porque caso esta tática se aprofunde nos próximos meses, inclusive com ações invisíveis na justiça, visando sangrar a candidatura do ex-prefeito, na prática o PMDB estaria jogando Dudu nos braços de Jatene, num provável segundo turno. O que tenderia a potencializar mais uma vitória do candidato do PSDB.

É lógico que Helder e Dudu devem traçar uma luta política para conquistar o passaporte ao segundo turno. Mas eu disse, luta política. Séria e com respeito mútuo. Até porque o eleitorado de Dudu não é posicionado idelogicamente e nem é oposicionista e nem situacionista. O eleitor de Dudu, na capital, jamais iria no rumo de Helder, e sim em direção à máquina estadual. Dudu tira voto de Jatene na região metropolitana  e não de Helder.

Parece que a candidatura Helder pode vir a se caracterizar como uma metralhadora giratória, que atira em todo mundo. Resta a saber se a massa crítica do eleitorado achará este método de fazer política válido. Caso fosse no tempo de Barata, eu diria: este modelo seria válido. Mas, e hoje? este eleitorado ainda aprova este método de luta política? Bom esta resposta serão os assessores de Helder que darão, e assumirão todos os riscos posteriores.

De resto fica uma constatação. Os candidatos proporcionais do PTB sendo puxado por um candidato forte, do próprio PTB,  como parece ser a candidatura Dudu, potencializará um desempenho para o legislativo muito mais forte e seguro, do que tivesse atrelado à uma outra candidatura majoritária ligada à outro partido. Ou seja, o PTB tende a estar unido em torno da candidatura do ex-prefeito, até por razões de cálculo eleitoral.

De resto, estou observando atentamente a tática baratista do PMDB em pleno século XXI.  Creio que o resultado pode  vir a ser desastroso.

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