Eu gostaria que a Dilma se reelegesse porque foi o PT quem melhor cuidou das universidades federais. FHC quase destruiu a academia. Gosto muito do governador Jatene porque ele busca sempre racionalizar a máquina pública e possui uma tremenda responsabilidade fiscal, o que é muito bom para o Estado, que sempre deve ser utilizado para o investimento em todos os setores da sociedade e não ficar capturado por grupos corporativos, sejam eles públicos ou privados.

Gosto das políticas sociais dos governos populares, mas detesto quando estes perdem o equilíbrio entre receita e despesa, e em nome da reeleição produzem gastos sociais para além da capacidade arrecadadora do Estado. Gosto das políticas de controle fiscal da direita, mas detesto quando os gastos sociais são menosprezados.

Detesto governos democráticos que, em nome de um populismo disfarçado, admitem como normal depredação do patrimônio público e privado ou a captura, sistemática, das vias públicas e rodovias por minorias inconsequentes.

Mas como cientista busco assumir a condição de um analista imparcial, o que não é fácil. Não consigo ficar calado quando percebo nos meandros das pesquisas quali-quantitativas os indícios de tendências eleitorais, mesmo que pareçam imperceptível para o cidadão comum ou para o partidário apaixonado.

Vejo informações localizadas e consistente que apontam para macrotendências nas eleições de 2014. 70% do eleitorado sinalizam para mudanças no rumo do governo. Vejo o povo nas ruas denunciando a falência dos serviços públicos. Percebo que a democracia tende a substituir grupos e partidos que ficam na direção do governo por mais de três eleições consecutivas. Parece claro que a população rejeita o modelo do sistema político brasileiro, mesmo de forma fragmentária e inconsciente.

Creio que a conjuntura estrutural deste momento aponta para a degola de governantes, seja ele de direita ou de esquerda. Seja governante estadual ou federal. Lógico que muitos governadores, e até a presidente, usando da virtú, poderão sobreviver à tsunami pacífica que varrerá as urnas em 2014.

O PT peca no governo federal no tratamento da economia, na responsabilidade fiscal e em relação ao tratamento republicano da coisa pública. Estes erros trarão grande dificuldade na sucessão presidencial em curso. Os tucanos pecam na direção do governo do Pará por não terem minorado os problemas da violência, da assistência à saúde e da mobilidade urbana.

Hoje Dilma seria reeleita e Jatene derrotado. Daqui a  150 dias, casos as macrotendências tomem corpo e Aécio e Campos se tornem conhecido do povão, que combinado com a percepção negativa da economia, poderemos ver garantido o segundo turno com a subsequente  dificuldades para que o PT mantenha o controle do governo federal.

 Sem dúvida, variáveis institucionais, administrativa e de patronagem dão enorme vantagem na largada desta corrida aos governantes que buscam a reeleição. Funcionam como verdadeiro doping eleitoral.  Mas só no momento da largada. Depois a população entrará em contato com programas, projetos e balanço crítico destes governos. Neste momento diminui em muito o poder do governo sobre o eleitorado.

O trabalho de construção e desconstrução serão armas da situação e da oposição. O candidato governista maximizando suas realizações e minimizando suas omissões. A oposição maximizando as omissões do governo e minimizando as realizações.

O povo será o árbitro. As propagandas fantasiosas serão desmascaradas e o trabalho concreto será evidenciado. As mentiras serão anuladas e as verdades serão comprovadas com fatos, depoimentos e a visualização objetiva. Quem é “podre” se quebra. Esta é a beleza da democracia competitiva e de massas.

As urnas rejeitam o baixo nível e elogiam o bom combate. Grupos governantes favoritos podem virar pó no curso de 45 dias. Quem cuida da cidade, do Estado e do país  a partir de projetos estruturantes e ações transparentes e republicanas tenderão a permanecer na vida pública. O corrupto e o enganador tendem a desaparecer. Esta é a bela história da democracia ocidental. O Brasil caminha neste sentido.

Continuarei a evidenciar as macrotendências doa a quem doer. Esta é minha natureza

Tenho dito.

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