Neste momento Jatene, Helder e Dudu buscam o vice ideal para suas chapas. Em uma chapa majoritária parte-se de um pressuposto geopolítico para a escolha do nome tido como ideal. Por exemplo: Jatene busca um vice que venha do sul, sudeste ou oeste do Pará. Helder deve estar pensando num vice que venha a dividir a votação com Jatene nas regiões metropolitana e nordeste do Pará. Dudu deve estar pensando num vice que traga dividendos de qualquer região do interior. Dudu tem sua base na capital.
Semana que passou circulou a notícia de que Jatene havia escolhido como vice o deputado federal Zequinha Marinho. Zequinha é pastor evangélico e tem grande votação no sul e sudeste do Pará. Helder se movimenta entre Lira Maia, que é uma grande liderança no oeste do Pará e um possível nome vindo do sul do Pará a ser pactuado com o prefeito de Marabá João Salame. Dudu, na surdina sonda nomes como Lira Maia, Lúcio Vale, e até um nome egresso da terceira via representada aqui no Pará pelo PSB e PPS.
Uma coisa parece certa, todos fazem cálculo de quem mais agrega voto ao candidato majoritário. Segundo informações de bastidores, o deputado Lira Maia vem exigindo a candidatura de vice governador como condição para a adesão do DEM. Caso Jatene de fato venha a preterir Lira Maia na vice este pode migrar para o candidato do PMDB ou do PTB.
Pesquisas recentes detectam que Lira Maia vem sofrendo o mesmo efeito “divisão do Pará” na região metropolitana de Belém semelhante ao que Jatene vem sentindo nas regiões oeste, sul e sudeste do Pará. Ou seja, a mesma rejeição que Jatene ostenta nestas regiões, Lira Maia, como um dos baluarte da luta pela criação do estado de Tapajós, vem sentindo perante o povo da região metropolitana, muito especialmente dentre o eleitorado de Belém.
Segundo especialistas, se for feito um jogo matemático entre ganhos e perdas, Lira Maia teria boa influência entre o eleitorado do oeste do Pará, mas perderia em escala dentre o grande eleitorado da região metropolitana, especialmente Belém. No final, o que prevaleceria seria as perdas em relação aos ganhos eleitorais. Em síntese, quando o eleitorado é perguntado sobre sua disposição de votar em um candidato tendo Lira Maia como candidato a vice governador, em Belém, é fantástico o exército de eleitores que afirmam que diminuiria sua vontade em votar neste candidato ao governo que teria Lira como vice.
Enfim, nomes que venham a disputar os cargos de candidato a vice governador, assim como nomes ao senado, se transformam em questões cruciais dentro da estratégia eleitoral que embala cada candidatura ao governo do estado. Novos lances deste jogo devem surgir nas próximas semanas. É esperar para conferir.