Esta semana que passou o candidato do PMDB Helder Barbalho anunciou seu candidato a vice governador. É o deputado federal e ex-prefeito de Santarém Lira Mais. Esta “mexida” de pedra mata dois coelhos com uma só cajadada: amplia suas chances no oeste do Pará e cria enormes constrangimentos para o deputado Márcio Miranda, que é do DEM, presidente da ALEPA, e grande amigo do governador Jatene. Miranda está impedido de subir no palanque de Jatene, de acordo com a legislação eleitoral.
Mas, esta não é a consequência única da vinda do DEM para a aliança oposicionista no estado. A vinda do DEM significa a ampliação do isolamento partidário PSDB e do governador do estado perante aliados clássicos como o DEM. O PR será o próximo desertor. Eu diria que o governador cometeu um erro crasso do ponto de vista da tática eleitoral. Lira Maia tentou ser o vice de Jatene. Lira é a maior liderança do oeste do Pará e de Santarém. Jatene tem enorme interdição eleitoral nesta região devido ao processo da disputa plebiscitária pela criação do estado do Tapajós. Mas Jatene recusou Lira como companheiro de chapa.
A capacidade de construção de amplas coligações é o primeiro passo para percebermos a aceitação de um determinado candidato perante o espectro partidário dentro de uma determinada competição eleitoral. A candidatura oposicionista em vampliando a ocupação de espaços dentre partidos até então aliados do governador Jatene como o DEM, e possivelmente o PR. O PTB tenta viabilizar a terceira via no Pará, e este partido era um aliado fiel do governador Jatene.
Por outro lado, os últimos 30 dias foram eivados de notícias nos grandes meios de comunicação do “racha” entre o senador Mário Couto e o governador Jatene. Couto teria ficado indignado quando soube de uma reunião comandada pelo governador que pretendia substituí-lo como candidato do PSDB e da coligação governista ao senado na disputa de 2014. Segundo a grande imprensa. Couto teria “chegado” nesta reunião e virado a mesa. A partir de então estas duas personalidades políticas dificilmente voltarão a ter relação políticas próximas.
Esta semana foi confirmada a candidatura do vice governador Helenilson Pontes ao senado, com o apoio explícito do atual governador. Jefferson Lima avisa: se abortarem sua candidatura ao senado, se desfilia do PP e fará campanha contra quem o detonar, e que no caso, seria o bloco governista.
Enquanto a oposição se fortalece a cada dia, nos hostes governista, a situação é exatamente o contrário. A Capacidade de construir coalizões é um dos indicadores chaves para a ciência política analisar as possibilidades dos candidatos em uma disputa majoritária, como esta que se avizinha no Pará.
Creio que uma disputa envolvendo um candidato que exerce o cargo de governador, é e sempre será difícil. A máquina administrativa e orçamentária têm pesos fundamentais em regiões de um país que congrega a metade sua população economicamente ativa vivendo com até um salário mínimo. Portanto o jogo ainda não está decidido, mas o governo vem jogando muito mal nas preliminares.
Os próximos lances serão dados nas próximas semanas. Atenção especial deve ser dado ao PR de Anivaldo Vale, ao PTB de Duciomar Costa e ao PRB do vereador Raul Batista. PPS e PSB devem fechar com Jatene no plano estadual e apoiar Eduardo Campos na eleição presidencial.
Tenho dito.