Os candidatos começam a se movimentar em Ananindeua visando a competição eleitoral de 2022 em Ananindeua. A maioria dos políticos desta cidade estão muito ressabiados com os resultados das eleições proporcionais de 2020, quando dos 25 vereadores, apenas 5 foram reeleitos.
Para mim que sou estudioso de eleições proporcionais, percebi que a maioria dos candidatos à reeleição elaborou uma estratégia errada na hora de se filiar a um partido e acabaram sendo derrotados. Não perceberam os vereadores que as regras das disputas tinham sido alteradas e como tal deveriam ter renovado suas táticas eleitorais. O fim das coligações em eleições proporcionais exigia uma nova reflexão teórica sobre tática eleitoral e como tal novo método de disputa eleitoral deveria ter sido implementado.
Resultado, os candidatos à reeleição para vereador se candidataram pelos grandes partidos, talvez pensando que desta forma teriam melhores desempenhos eleitorais, considerando a nova legislação eleitoral que regeu as eleições proporcionais de 2022. Mas não foi isso que aconteceu, e 20 vereadores não conseguiram sua reeleição. Talvez, a partir de 2022, os candidatos passem valorizar mais os profissionais de ciência política que são especialistas em eleições parlamentares.
Mas o tema central deste artigo são as eleições de 2022, e como tal, sobres este tema levantarei algumas questões que podem ter peso decisivo nas táticas eleitorais para as disputas parlamentares que se aproximam. Pelo menos dez candidatos de peso disputarão por Ananindeua, com chance de vitórias um assento no parlamento estadual.
Candidaturas como: Chicão, Eliel Faustino, Miro Sanova, Fábio Filgueiras, Nilse Pinheiro, Francy Pereira, Erick Monteiro, Coronel Osmar, Zezinho Lima, Ruy Begot são nomes competitivos e que travarão um forte embate pela conquista de votos em Ananindeua. Deputados eleitos em 2022 serão fortes atores no jogo sucessório de 2024, onde teremos eleições para prefeito.
Neste tabuleiro eleitoral de 2022 em Ananindeua, outros atores olham, fazem cálculos e estabelecerão preferências nestes embates, representados nas figuras do governador e do prefeito, quais sejam: Helder e Dr. Daniel. Helder se questionará, quais os nomes que precisa contar como escudeiros, numa eventual reeleição e que poderão ser fiéis entre 2023/2026 na ALEPA? Quem seguirá sua orientação nas disputas municipais de 2024 em Ananindeua?
Por outro lado, o prefeito Daniel precisa potencializar candidaturas de deputados que lhes sigam de “olhos fechados” para não ter eventuais surpresas na sucessão municipal de 2024. Neste contexto, o melhor cenário para o prefeito Daniel é que poucos ou nenhum deputado estadual seja eleito por Ananindeua. Dr. Daniel têm amplas chances de ter muitos deputados estaduais, na ALEPA, que com satisfação ajudariam, no dia a dia, na articulação da prefeitura de Ananindeua junto ao governo estadual, além, lógico, de o prefeito Daniel ser o maior articulador dos interesses do município junto ao governador.
Portanto, quem quiser ter sucesso eleitoral deve contar com recursos próprios nas áreas: financeira, organização popular, midiático e ampliar seu escopo de apoio institucional junto aos atores políticos com mandatos, como candidatos a reeleição a deputado federal, ao senado e ao governo do estado.
O prefeito não precisa investir altos recursos nas candidaturas de sua base parlamentar, porque depois do prefeito eleito, todos os vereadores eleitos estarão acenando para servir como base de apoio do prefeito eleito na câmara municipal, que é a única maneira destes vereadores enviarem recursos de patronagem da prefeitura, para suas bases de apoio, instaladas nos bairros mais pobres de nossa cidade e com esta ação adesista e governista conseguir mostrar algum serviço objetivo aos seus eleitores.
Portanto, o caminho para eleição ou reeleição de algum deputado em Ananindeua será tortuosa e difícil. Cada vez mais, os vereadores dependem da boa vontade do prefeito. Estes vereadores há muito funcionam mais como representante dos interesses do prefeito na Câmara, do que como representante do povo. Daí ser tão baixa o grau de empoderamento popular da Câmara junto ao eleitorado. Mas esta história pode mudar, basta que boa parte dos vereadores passem a fiscalizar o chefe do executivo, realizar mobilização da sociedade civil em defesa de legislação de interesse público ou de interesse de determinado bairro e transformar seu mandato em um mandato a serviço de seus constituintes.
Tenho dito.