Assisti a entrevista de Zenaldo no programa argumento da RBATV, comandado pelo jornalista Mauro Bona. Comecei a compreender o perfil do prefeito eleito Zenaldo, quando este respondeu perguntas chaves sobre a estruturação de seu governo. E a partir destas impressões, creio, pode-se captar uma avaliação majoritária que vem arrebatando os arraiais tucanos , após as disputas municipais de 2012, rumo à sucessão estadual de 2014.
Mauro Bona questionou Zenaldo sobre as reclamações generalizadas que vêm sendo emitidas pelos partidos que lhe apoiaram, tanto em primeiro como no segundo turno, quanto à participação no primeiro escalão de governo. A resposta de Zenaldo foi direta e não deixou dúvida: “ Estou recebendo sugestões de nomes e estou avaliando. Os partidos terão participação em diretorias importantes de cada secretaria”. Em síntese: os partidos não participarão do primeiro escalão do governo Zenaldo.
O que embute este tipo de comportamento?
Primeiro revela uma visão ufanista das eleições de 2012. Este comportamento revela arrogância de quem venceu uma eleição em primeiro turno, o que de fato, não ocorreu em Belém. Segundo, mais parece um estelionato eleitoral, uma vez que, se este comportamento tivesse sido externado nas negociações pós- primeiro turno, Zenaldo dificilmente teria sido eleito.
Esta visão ufanista do núcleo duro tucano, que parece se expressar no comportamento cheio de empáfia de Zenaldo em relação aos aliados, revela que os tucanos sinalizam de que não precisam dos partidos para vencer as eleições estaduais de 2014.
Será, que somente contando com prefeituras como Belém, Ananindeua, Santarém e mais 30 pequenas prefeituras sobre controle dos tucanos é suficiente, somado ao poder da máquina estadual, para concluir, a priori, que se pode ganhar a reeleição em 2014 em voo solo? Ou melhor, será que aliados chaves aceitarão a situação de vassalagem frente à aristocracia tucana?
Creio que os tucanos precisam calçar a sandália da humildade. Quer conhecer um homem...então dê-lhe o poder, já dizia o filósofo.