O deputado Feliciano ficou famoso  na sociedade brasileira a partir dos protestos sociais contra a sua eleição para presidir a Comissão dos Direitos Humanos e de Minorias das Câmaras do Deputados.

De um lado,  o movimento pelos direitos humanos, os defensores dos grupos dos discriminados historicamente como os gays, lésbicas, transexuais e etc, Querem a saída do deputado Feliciano desta comissão.

Do outro lado, as igrejas evangélicas, conservadores morais de todas as origens e reacionários como um todo, querem a manutenção do deputado Feliciano nesta comissão da Câmara dos Deputados. Neste espaço a campanha contra uma pretensa “Ditadura Gay” floresce.

Parece-me que falta um pouco de coerência por parte dos grupos e partidos que estão produzindo este debate na sociedade brasileira. Ora, se o tema do direitos Humanos e das Minorias tem  fortes pressupostos de ordem subjetiva, ou seja, de fundamentos éticos e morais e que diz muito respeito  à defesa dos discriminados sociais e morais, seguramente, este não é o lugar para o fundamentalismo religioso atuar. É muita provocação tentar ocupar este espaço institucional, talvez o mais sensível à luta dos grupos vinculados à defesa dos Direitos Humanos.

Direitos Humanos são direitos de quarta geração, portanto ultra contemporâneo  e nascem justamente para a defesa dos grupos humanos e sociais que foram vilipendiados, principalmente após a segunda guerra mundial, a partir d o episódio do holocausto.

Hoje o foco dos Direitos Humanos se inscreve na luta contra o assassinato de lideranças sindicais no campo, na defesa contra os maus tratos nas prisões, na defesa contra a violência contra as mulheres, de crianças e adolescentes e, com grande ênfase, na luta em defesa das pessoas diferentes na sociedade dentre eles, os homossexuais, lésbicas, transexuais.

 Como pode um pastor ortodoxo, defensor dos dogmas religiosos de sua igreja querer comandar a comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. É muita provocação aos grupos de defesa dos Direitos Humanos.

Seria o mesmo que  querer nomear um militante do racionalismo anti-religioso  para presidir a comissão de defesa da liberdade religiosa da Câmara dos Deputados, se esta existisse. É necessário prudência, temperança e coerência por parte dos grupos religiosos  neste debate. Os grupos dos Direitos Humanos estão tão somente defendendo a manutenção de um espaço institucional conquistado.

Tenho dito.

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