Nas pesquisas recentes que fiz em Belém e Ananindeua a grande maioria do eleitorado afirmou que ainda não percebeu as ações dos novos governantes. Para o desconforto dos novos gestores o trânsito continua infernal, a violência não dá trégua e problemas estruturais como falta de saneamento para a imensa maioria da população e abastecimento de água deficitário, continuam a atormentar a vida dos citadinos.
Como dizia Maquiavel , o governante não tem como se contrapor à fortuna, mas pode orientar os rumos por onde esta passará , ou seja, se a tsunami é inevitável, vc pode desviá-la construindo diques e salvando a cidade.
Isto quer dizer que os dilemas dos primeiros 12 meses de gestão sempre serão marcados pela percepção de imobilidade caso os governos não saibam como lidar com esta conjuntura inicial. A classe política da região norte precisa deixar de operar com o empirismo que se traduz no amadorismo, ou como queiram, na aposta no acaso.
A ciência política há muito possui teorias e ferramentas para tornar momentos como estes menos dolorosos para os governantes em início de mandato. Mas em nossa região, ainda hoje, vemos prefeitos, que se acham os “ sabe tudo” em eleições, porém, acabam por perder um pleito por 100 votos. Ou seja, como se acham os bam, bam, bam em assuntos eleitorais, acabam por menosprezar as ferramentas da ciência política.
Por certo o problema de como enfrentar a baixa percepção popular dos primeiros 12 meses de um governo continua na ordem do dia. Porém, muitos políticos, que acham que eleição se ganha com máquina em véspera de eleição, não acham importante este debate sobre a percepção popular de um mandato executivo ou legislativo nos primeiros dois anos de governo.
Estas são algumas das razões para o desespero de governantes quando são “apanhados” por enormes rejeições, praticamente irreversíveis em ano eleitoral.