Não consigo entender a lógica moral e política da oposição tucana ao governo federal. Entendo o posicionamento das entidades médicas pela defesa corporativa de reserva de mercado, mas não consigo entender este ataque de masoquismo político por parte da oposição tucana no plano federal.

Neste debate em torno do veto ao Mais Médico, a oposição federal já entra derrotada. Como ser oposição à uma política voltada para o povo dos municípios onde não existe médico? Como se solidarizar aos atos xenofóbicos das entidades médicas?

Neste debate, a oposição  acumula desgastes que não tem como reverter. Em qualquer cenário, a posição do governo federal é louvável. Em qualquer debate desapaixonado a oposição federal não tem como vencer este debate. Por que insistir nesta tática anti-popular?

Uma oposição propositiva deveria apoiar esta política e apresentar uma plataforma para qualificar a ação de promoção à saúde  a ser executado em todos os municípios brasileiros, incluindo aqueles locais  órfãos de médicos.

Creio que a interiorização agressiva das faculdades de medicina no interior do Brasil, diminuindo as vagas nos grandes centros urbanos seria uma ação que agradaria em muito o povo  das cidades com pequena estrutura nos serviços de saúde em geral. Creio que este seria um dos caminhos estruturais para resolver em  até 15  anos, o problema de falta de médicos nas regiões mais distantes e pobres do Brasil.

Com esta tática a oposição teria a chance de checar os limites da iniciativa do governo federal. A apresentação de um plano de ação para a expansão da formação médica no curto médio prazo, acompanhado de um orçamento ousado revelaria a profundidade das intenções governamentais. Será que o tucanato desaprendeu a fazer política? Como ser tão intransigente neste momento?

Creio que vem ganhando espaço na formulação tucana,  ideias oposicionistas desqualificadas em torno da melhor maneira de  fazer frente à coalizão petista em 2014 no plano federal. Creio que o tucanato está tendo um ataque de adolescência política tardia. Esta política caberia muito bem num partido extremista, jamais em partido centrista como o PSDB.