A luta interpartidária é normal  numa democracia. Normalmente em ano que antecede as eleições, a luta política assume ares de guerra pacífica. A situação maximiza  seus resultados de governo e minimiza  seus fracassos. A oposição maximiza o fracasso do governo e minimiza os pontos de acertos da situação.

Analista como eu, versado na vida partidária há pelo menos 20 anos, é sistematicamente cobrado por assumir uma posição serena na luta entre situações e oposições. Eu sempre respondo: meu papel não é assumir discurso de contendor político mas, racionalmente, analisar acertos, erros ou omissão de governos.

Admiro muito  a liberdade de imprensa nos  Estados Unidos. Neste país, em anos eleitorais, os grandes jornais, em editoriais, assumem publicamente sua predileção por candidatura A ou B. Assim o eleitor sabe que a opinião destes jornais são cristalinamente tendenciosas. O ruim,  são jornais “posarem” de neutros e assumirem posições claras em defesa deste ou daquele partido ou candidato.

Normalmente eu tenho  me comportado de forma equidistante nas  disputas eleitorais partidárias. Em muitas eleições acadêmicas, eu comunico aos meus leitores que assumo esta ou aquela candidatura, e explico os motivos de tal comportamento. Aí, quando os leitores leem minhas análises já sabem que as mesmas estão claramente tendentes para um dos lados.

No decorrer deste ano e do vindouro, me dedicarei a analisar os avanços e recuos dos governos  municipais, estadual e federal. Creio que a blogsfera poderia contribuir, decisivamente para um debate saudável e honesto em torno das alternativas político-partidárias para a nossa sociedade.

Como devo ser entendido ideologicamente? Como um  social democrata de esquerda, aos tempos das socialdemocracias europeias do século XX. Advogo que nos países pobres ou em desenvolvimento, o Estado deve ser grande na saúde, educação, segurança e assistência social. Porém creio que o Estado deve ter um forte papel regulador e fiscalizador na economia.

Mesmo em matérias de políticas sociais o Estado deve ser planejador, regulador e fiscalizador. O Estado é e sempre foi um fracasso como executor. Sempre foi um lócus de corrupção e incompetência generalizada.

Creio que o Estado do século XXI  reconheça que é um fracasso na gestão municipal. Nos municípios não funcionam os serviços de saúde, educação, segurança, saneamento e meio ambiente. Nem consegue ser competente na geração de políticas para geração de emprego e renda em escala ampliada.

No mundo desenvolvido, independente do regime, a forma de otimização dos serviços públicos  se deu a partir de incorporação  ao Estado  de técnica de gestão do mercado . Ou seja, é preciso que tenhamos metas e indicadores a serem perseguidos  e avaliados periodicamente em cada escola, unidade básica de saúde, delegacias de polícias.

Não creio, no curto e médio prazo,  que conselhos de controle social venham a funcionar nos municípios do norte, nordeste e centro-oeste. Acredito  que controles horizontalizados, de conteúdos institucionais, sejam os melhores mecanismos para acompanharmos, no cotidiano o desempenho das políticas públicas, a partir de metas e resultados alcançados.

 

Adelante. Nos últimos 83 anos, o Brasil é o  país do mundo que mais vem apresentando resultados positivos, se compararmos com nossa história anterior entre 1532 e 1930.

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