Na primeira semana de novembro deve ocorrer a primeira consulta à comunidade universitária sobre a composição da lista  tríplice para que seja nomeado o novo reitor da Universidade Federal do Oeste do Pará-UFOPA. Em dez anos de governo federal petista,  sempre Lula e Dilma nomearam o  mais votado. Lula chegou a nomear, na Paraíba, reitor ligado ao PFL (hoje DEM). A filosofia central do planalto nesta temática é não importar a luta política de  dentro da academia para o  gabinete do presidente ou do ministro da educação.

O reitor de implantação da UFOPA  chama-se Seixas Lourenço, que indicado por Haddad, tem a tradição de ser um excelente gestor público na área de educação e ciência e tecnologia, tendo dirigido o museu Goeldi, a UFPA, o INPA e ocupado importante cargo voltado para a Amazônia durante o governo Itamar.

O reitorado de implantação de Lourenço é plural, do ponto de vista ideológico e rigoroso do ponto de vista acadêmico. Tem Pró Reitor de todas as matizes políticas na gestão de implantação de Lourenço. O critério é acadêmico e não partidário.

Como a UFOPA é em Santarém e foi criada sob a iniciativa  elogiosa da ex-governadora Ana Júlia, os professores petistas da UFOPA  creem poderosamente que o próximo reitorado deve ficar sob direção dos militantes acadêmicos deste partido.

Os docentes petistas santarenos  acreditam que controlando o reitor pró-tempore da UFOPA poderiam conquistar com mais facilidade a reitoria  desta universidade nas eleições vindouras, a exemplo do que ocorreu recentemente na Universidade do Estado do Pará. Com este objetivo a bancada federal petista do estado vem, a todo momento, tentando retirar o reitor Lourenço da direção da UFOPA, nestes dias que antecedem a consulta acadêmica.

Eu, pessoalmente, mesmo quando fui militante e dirigente do PT, até 2002,  lutei por anos a fio para impedir que critérios partidários fossem decisivos nas disputas acadêmicas dentro da UFPA. Esta luta tri decenal, me custou muita luta política dentro de minha universidade e dentro dos fóruns do PT. E talvez este tenha sido o motivo mais importante por eu ter, progressivamente, me afastado do PT.

Vejo este filme começar a se repetir no interior da UFOPA. Imaginem que os docentes petistas de Santarém querem o controle do reitorado de implantação para nomear todos os cargos de direção administrativo e acadêmico para usar a máquina da UFOPA em favor de seu candidato, como fez recentemente nas eleições da UEPA.

Não compactuo com estratégias monolíticas de capturar uma instituição como uma universidade, cujo DNA é a pluralidade acadêmica, ideológica e político-partidária. Nunca compactuei e jamais me calarei frente a comportamentos como estes.

Creio que em Santarém, os acadêmicos de todas as matizes ideológicas e políticas, deveriam esquecer diferenças partidárias e apostarem em construir uma chapa única para a direção da UFOPA, na perspectiva de começar em grande estilo uma nova fase nesta instituição com base em pressupostos acadêmicos.

Imaginem, que o reitor Seixas Lourenço é acusado de viajar muito para fora de Santarém.  Esta é uma das críticas centrais ao atual reitor de implantação. Todos sabem que Lourenço é um campeão em trazer recursos para a UFOPA nos últimos 4 anos. Neste momento esta universidade constrói prédios em todos os campi da região oeste doo Pará. Lourenço age mais como um embaixador da UFOPA em Brasília, levando projetos e trazendo recurso do que se dedicar a realizar lutas políticas intestinas dentro desta universidade.

A UFOPA hoje, é a maior dentre todas as universidades  que nasceram no mesmo período, inclusive já e maior do que  a própria UFRA. Os petistas da UFOPA deveriam homenagear Lourenço e  agradecer pela sua dedicação nos últimos 4 anos, em vez de lhe atirar  pedras. Com certeza,  a cidade de Santarém e o oeste do Pará saberão reconhecer os esforços de Seixas em favor da universidade e daquela região. Lourenço criou a interiorização da UFPA em 1984 e hoje encerra a implantação da UFOPA, iniciada por ele mesmo, há  29 anos atrás.

Este blog sempre será uma trincheira em favor de uma universidade despartidarizada e, acima de tudo,  plural e democrática.

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