Sem dúvida nenhuma as eleições vindouras de outubro trazem péssimas perspectivas para governantes e parlamentares das grandes e médias cidades brasileiras.
Não interessa a coloração partidária do governante das capitais e de cidades com mais de 200 mil eleitores, quem é governo e ou detém mandato parlamentar estará sob profundo questionamento.
A operação Lava Jato e suas implicações demonstram através de pesquisas de opinião que o descrédito da classe política se multiplicou na percepção do povo brasileiro. Assim, o efeito direto da espetacularização da política através do enredo infindável da operação Lava Jato vem trazendo um profundo ceticismo em relação às atividades da classe política. Na visão do eleitor mediano, se é político...é ladrão.
As consequências direta desta situação deverão se refletir no desempenho de quem é governo nas eleições de 2016. Todos os governantes estão sob questionamentos. E num contexto da escalada da violência e da falência dos serviços públicos está aberto a porteira para os Free Riders, que são estranhos no ninho. Muitas surpresas eleitorais poderão advir deste descrédito da classe política. Em Belém e em Ananindeua, dois Sheriffs oriundos das Polícias Civil e Militar vêm aparecendo muito bem nas sondagens eleitorais.
Outro fenômeno que deverá deixar em situações difíceis os atuais mandatários municipais é a crise econômica em curso que vem diminuindo, mês a mês, os recursos municipais oriundos do Fundo de Participação dos Municípios- FPM e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços-ICMS. As consequências diretas desta queda na arrecadação municipal é a despotencialização da capacidade do gestor na realização de obras e serviços. Assim o prefeito tende a não cumprir, nem parcialmente suas promessas de campanha.
Lava Jato e queda na arrecadação representam enormes obstáculos a serem enfrentados pelos atuais gestores municipais, especialmente aqueles das grandes e médias cidades brasileiras. Toda esta situação se complica quando o gestor municipal não é considerado um realizador. Nesta circunstância, somente um quadro de enorme fragmentação das oposições poderiam viabilizar a reeleição deste gestor mal avaliado.
Não há dúvida, o gestor municipal neste contexto tem de contar com a famosa virtú maquivelliana que exige do político grande capacidade de lidar com conjunturas adversas, nestas circunstâncias, somente modernas tecnologias de ação política embasadas em informações eleitorais confiáveis poderiam potencializar a reeleição de prefeito.
Em relação ao parlamento, os vereadores ciosos da relação com sua base eleitoral tem pouco a temer. Porém os vereadores "Copa do Mundo", aqueles que aparecem somente em ano eleitoral, estes, terão dificuldades quase intransponiveis eleitoralmente. Creio que estes vereadores fantasmas terão pouca chance nas eleições de 2016. Espero uma renovação acima de 50% nos legislativos municipais e de 70% dentre os prefeitos municipais.
Tenho dito.