Segundo o cientista político Peter Mair, a presença da esquerda interiorizada é um indicador de democratização de um país, pois delimita uma região de democracia
competitiva. No Pará ainda vivemos sob o controles familista em muitos municípios, principalmente naqueles com população inferior a 100 mil habitantes. O grande desafio do PT é a capilarização para os pequenos municípios do Brasil e do Pará.
Como um PT funciona mais na lógica das tendências, ou seja, não tem um projeto global e articulado de implantação municipal, o PT ainda não passou de 27 municípios no Pará e de 450 em todo o Brasil, ou seja, 20% no Pará e menos de 10% no Brasil.
Planejar implantação seria o PT aproveitar a maré gorda entre 2002 a 2014 e ter destacado e profissionalizado quadros para a implantação partidária nos rincões deste estado e do Brasil.
Creio que no Pará o PT em 2012 sentirá um efeito de contração devido a perda de máquina estadual e ao cerco oligárquico que sofrerá nos municípios onde administra. Assistiremos amplas coligações municipais a afastar os governantes petistas.
As tendências mais pragmáticas poderão sobreviver em aliança, subalternizadas a outros partidos de centro-direita. Esta tática é imprescindível para a sobrevivência da legenda no estado, em situação de defensiva política.
Na capital deveremos assistir um desempenho petista fraco, se o PT disputar na cabeça as eleições na capital. Mas como o PT é um partido com vocação para o governo, não devemos estranhar se o PT optar por disputar, sozinho, as eleições em primeiro turno em Belém.