TRÍPOLI - O termo "primavera" talvez sugira um suave despertar, mas o que está acontecendo no Norte da África e no Oriente Médio é uma verdadeira

revolução, fomentada por uma nova geração que domina a linguagem digital. Os levantes árabes são um subproduto do inexorável processo de globalização do século 21, com comunicações quase instantâneas e um contato cada vez mais próximo com as esperanças de transformação social e econômica do Ocidente.

O Ocidente só poderá dar à região o devido apoio - e este apoio é crucial - se compreender plenamente as reivindicações e as demandas dos revolucionários árabes. As revoltas árabes não tiveram como alvo o Ocidente - ao contrário, foram alimentadas pelos princípios e pelos valores democráticos ocidentais -, mas ainda poderão produzir um contragolpe reacionário.

A primavera árabe oferece uma extraordinária oportunidade para isso. Os ditadores árabes há muito não têm nenhum interesse na paz verdadeira entre Israel e os palestinos, pois a precária estabilidade da região serve de justificativa para seus próprios regimes não democráticos.

Israel agora deve estar perfeitamente consciente de que os novos governos democráticos não tolerarão uma situação que era aceitável aos regimes árabes autoritários. Ao contrário de seus predecessores, os novos líderes árabes exigirão o respeito pelos direitos humanos dos palestinos que vivem sob a ocupação israelense. Fonte Estadão

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