A criação do PSD foi um alento para os parlamentares que não aguentavam mais viver na oposição. Originários, fundamentalmente do DEM e do PP, estes parlamentares sonham em acessar parte do "bolo" governista.
Este fato reafirma a tese de que o desenho do sistema político brasileiro, representa uma engenharia política elaborada para produzir adesão parlamentar ao governo de plantão. Lógico, esta adesão está menos casuística depois que o TSE ampliou as medidas que visam garantir ao partido o controle do mandato parlamentar.
Sem dúvida, o PSD representa uma janela para aqueles que vivem das benesses da máquina de governo e não possuem implantação eleitoral na sociedade civil.
Sendo pragmático no contexto da ausência de partidos ideológicos e implantados na sociedade civil, a solução política para a extrema fragmentação partidário-eleitoral é a tutela orçamentária do executivo sobre o legislativo e a manipulação de emendas parlamentares e convênios não obrigatórios que garantem as maiorias parlamentares para a produção de governabilidade no contexto da democracia brasileira.
Em síntese: o nosso sistema político sobrevive mais de uma engenharia política do que de resultados de uma competição eleitoral, tendo por base a altíssima fragmentação partidário-eleitoral brasileira.