'Realizei, entre abril e agosto deste ano, uma pesquisa na região metropolitana de Belém e duas enquetes estaduais sobre nomes para a disputa do governo do estado ,para o senado federal e para as câmaras legislativas. Nesta última enquete estadual avaliei a percepção popular sobre os 17 deputados federais de nosso estado.
Os sinais emitidos por estas pesquisas parecem-me bem claras: os grandes partidos como o PMDB e o PSDB continuam dando a tônica das disputas estaduais. Dito de outra forma: O candidato do PMDB e a coalizão comandada pelo PSDB no Pará, tendem neste momento a polarizar as disputas para o governo e para o senado em 2018.
Por outro lado, em todas estas pesquisas o candidato Edmilson Rodrigues do PSOL apareceu disparado na região metropolitana de Belém e crescendo pelo interior do estado. Esta sinalização aponta que existe uma clara tendência de que uma terceira via pode vir a ser construída nas disputas estaduais, para o governo e para o senado no Pará, claro, se for um nome conhecido e com capacidade de aglutinação partidária.
Mas voltando às duas maiores forças políticas estaduais, que são o PMDB e a coalizão governista comandada pelo PSDB, algumas considerações posso fazer a partir de minhas constatações empíricas, através destas sondagens quantitativas realizadas.
1-Helder Barbalho lidera mas parece estar estacionado num teto perigoso em torno de um terço de intenções de votos, também confirmado por outras pesquisas realizadas recentemente, como aquela divulgada pelo Instituto Paraná.
2-A vinculação do candidato peemedebista com escândalos da Lava Jato, como ocorrido a partir das delações da JBS podem trazer efeitos perigosos eleitoralmente para este candidato, principalmente nos grandes centros urbanos, dominados pela informação instantânea.
3-O candidato do PSDB ainda é uma incógnita. Em todas as pesquisas realizadas, inclusive do Instituto Paraná, o nome do prefeito Manoel Pioneiro, é de longe o mais lembrados pelos eleitores paraenses.
4-Outro nome do PSDB como Adnam não passa de traços nas pesquisas. Mas uma coisa parece certa, caso o governador Jatene consiga unir toda a base governista em torno de um único nome que seja amplamente conhecido no estado e que não esteja envolvido em escândalos comprovados de corrupção, a situação se complica muito para candidatos oposicionistas.
5-Por outro lado, é bom que se registre, de que nenhum candidato da oposição encontra-se abertamente em pré-campanha, como vem ocorrendo com o candidato do PMDB, desde 2016.
6-Outros nomes da coligação governista vêm sendo cogitado para o governo, como Sidney Rosas do PSB e Márcio Miranda do DEM. Eu diria que estes nomes só se tornariam competitivos caso esta viesse a ser a opção política do governador em lançá-los candidatos ao governo.
7-Caso a esquerda se unisse em torno do nome de Edmilson Rodrigues, este nome disputaria palmo a palmo a passagem ao segundo turno das eleições governamentais paraense de 2018. Também minhas pesquisas revelaram que o nome de Úrsula Vidal, a partir de uma grande votação na região metropolitana de Belém, teria um grande desempenho comandando uma coligação de esquerda ao governo do Pará.
8-Percebo que o governador do estado chegará com grande potencial de disputas, tendo em contas obras de grande visibilidade pública que estão em véspera de serem inauguradas, como: prolongamento da avenida primeiro de dezembro, parque ecológico do Utinga, o elevado da independência, inaugurações de várias pontes estratégicas de concreto pelo interior,
9-Pavimentação asfáltica de vários trechos de rodovias estaduais, a boa manutenção da malha rodoviária estadual, o pagamento em dias da folha do funcionalismo no contexto de quebradeira geral dos estados e, o anúncio da licitação da ferrovia Açailândia Barcarena.
Para o senado federal, a mesma tendência se coloca nas disputas no Pará, com a provável polarização PMDB e coalizão governista. Caso não apareça um nome alternativo de grande visibilidade eleitoral e ficha limpa. Edmilson é o mais lembrado também, quando testado para as disputas senatoriais. As eleições estaduais para o senado, tendem, também a se polarizar entre as forças políticas principais hoje no estado do Pará, senão vejamos:
1-Jáder dominou todas as pesquisas por mim conduzidas.
2-Jatene é o nome mais lembrado como candidato do PSDB.
3-Márcio Miranda, declaradamente candidato ao senado, só ganha substância estadual com o decisivo apoio do governador do estado.
4-O nome de Flexa Ribeiro, também é lembrado, mas em patamares modestos.
5-A esquerda só tem densidade quando o nome de Edmilson é colocado como candidato. Outros nomes como Marinor (PSOL) ou Ana Júlia (PT) apresentam viabilidade limitada, neste momento.
6- Caso Edmilson não disponha seu nome para as disputas senatoriais, estas eleições devem se polarizar em torno do candidato do PMDB e do bloco governista comandado pelo PSDB.
7- Tanto para as disputas para a assembleia legislativa como para a representação estadual à câmara dos deputados, nomes reconhecidamente ficha limpa aparecem muito bem na região metropolitana de Belém e, que foram candidatos majoritários em 2016, como: Jefferson Lima, Ùrsula Vidal e Prof. Maneschy.
8-Para a representação estadual à câmara dos deputados, os nomes mais citados em nossas pesquisas foram: Edmilson, Eder Mauro e Nilson Pinto, os dois primeiros foram candidatos majoritários recentíssimos, enquanto Nilson Pinto, apresenta um nome consolidado em todo o estado do Pará.
Isto posto, parece claro que se estas eleições estaduais fossem agora, esta disputa seria polarizada pelas forças políticas que hoje são majoritárias no Pará, ou seja, bloco governista liderado pelo PSDB e o PMDB. Por outro lado, a esquerda não parece pré-disposta a se unificar no curto prazo, devido às preocupações eleitorais que o PSOL ainda tem a respeito de uma aliança com o PT, no contexto do escândalo da Lava Jato.
Por outro lado, existem cenários em ebulição na base dos partidos governistas, tais como:
1-Qual será o comportamento do vice-governador Zequinha Marinho no contexto de uma eventual ascensão ao governo do estado, caso Jatene decida concorrer ao senado federal?
2-Como se comportará o PSDB caso o governador Simão Jatene decida lançar um candidato ao governo que não seja tucano, a exemplo de Sidney Rosas ou Márcio Miranda?
3-Como se comportará o senador Flexa Ribeiro, caso Jatene venha a concorrer ao senado?
E assim caminham as tendências para as disputas de 2018 no Pará. Claro, como vivemos numa conjuntura em constante efervescência, muita coisa pode ainda ocorrer nos próximos meses, afinal a Lava Jato está em pleno funcionamento. Tudo pode acontecer, até fatores hoje imponderáveis, como os julgamentos em segundas instâncias da cassação do governador Simão Jatene pela justiça federal ou STF.
Tenho dito.