Dias 24 e 25 de fevereiro (domingo e segunda) a Itália foi às urnas. A coalizão de centro-esquerda de Bersani ficou com maioria na câmara baixa e a centro direita de Berlusconi passou a controlar o senado. Já o comediante Grillo, comandando uma estratégia raivosa se tornou a maior força isolada do país. O eixo dos grillistas é a saida da zona do euro e o ataque frontal à classe política.
Tudo isso parece ser o resultado das medidas de austeridade implantada pelo primeiro ministro atual Monti para fazer frente às exigências do Banco Central Europeu para reestabilizar a economia Italiana com base em receitas claramente liberais. Veja a repercussão da eleição italiana na europa:
http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2013/02/26/centro-esquerda-italiana-vence-as-eleicoes-na-italia.htm
Grande parcela do povo italiano deixa claro nestas eleições que rejeita os partidos tradicionais à esquerda e à direita, rejeita a classe política e encontra na zona do euro à causas de seus males. As políticas em curso na Itália, na Grécia, na Turquia retira os direitos sociais do povo para financiar os custos da crise econômica. São nestes momentos que surgem os salvadores da Pátria que se dizem anti-políticos e acabam por instalar regimes autoritários como assim o foram o nazi-fascismo entre a primeira e a segunda guerra mundial.
Para completar o quadro de crise econômica, o sistema político italiano é altamente fragmentado. A Itália já tentou de tudo, já instalou o sistema distrital para eleger deputados e hoje implantou o sistema eleitoral distrital misto, onde os votos dos distritos elegem 75% dos deputados. Mas a Itália não consegue diminuir o número de partidos efetivos no parlamento, sabem por que? Porque na Itália existe um subsistema partidário estadual, em cada grupo de regiões internas existem partidos diferentes implantados. A Itália é muito semelhante ao Brasil neste aspecto em particular.
Veja opinião balisada a respeito da crise política italiana , aqui:http://www1.folha.uol.com.br/colunas/clovisrossi/1236818-quando-a-raiva-vence-uma-eleicao.shtml