Outro dia trabalhando o tema com meus alunos sobre o poder de Estado e a função do Estado na sociedade, conclui algumas coisas no mínimo preocupante.
Nossa capital e nosso estado denunciam auência de preocupação estratégica de nossos governantes em áreas absolutamente prioritárias: como no transporte estadual e nas mobilidades urbanas das maiores cidades do estado.
-Com o esquecimento da ilha do Marajó e sua majetosa beleza natural.
-Com falta de saneamento para 90% da capital.
-Com falta de integração entre o transporte rodoviário e aquaviário, sendo Belém banhada por rios e, ainda vivemos o aperto dos engarrafamentos crônicos.
-Com o torpedeamento da Estratégia Saúde da Família por 90% dos gestores municipais.
-Com a incapacidade de fazer as unidades básicas de saúde funcionarem tendo como foco o usuário.
-Com o compadrio entre diretores e professores nas escolas públicas que fulminam com um futuro promissor para nossas crianças.
-Com ausência de políticas públicas para salvar a geração que vem das periferias, e que estão desprovidas de salvaguarda familiar em sentido amplo.
-Com ausência de política econômica em direção aos municípios paraenses.
-Com a falta de descentralização do governo estadual em direção às micro-regiões.
-Com prefeitos que só pensam no interesse privado à revelia do interesse coletivo.
Em síntese, se formos procurar as políticas de Estado, entendidas como ações previstas na constituição estadual para a produção de políticas com duração de 10 a 20 anos, não encontraremos nenhuma no estado do Pará. Só para dar um exemplo, no estado de São Paulo, a construção do metrô é política de Estado, onde todo governo, no mínimo, deve aplicar um percentual do orçamento nesta atividade, de forma permanente.
Conclusão: Ainda não produzimos uma classe política dirigida por um estadista , aqui no Pará. Não temos obras pensadas para médio e longo prazo. A mobilidade urbana, o nosso baixo rendimento no IDEB e a situação calamitosa na saúde são apenas pontas do iceberg.