Em 2008 o professor Sílvio Gusmão, de acordo com as regras do jogo, conquistou o primeiro lugar nas eleições para a Universidade do Estado do Pará. Todos esperavam que o governo Ana Júlia (DS-PT) fosse respeitar o processo democrático.

A governadora de início demonstrou a vontade de nomear o mais votado. Chegou inclusive a circular um e,mail interno ao núcleo de governo declarando a vontade de nomear o eleito. E, poucos dias, o núcleo duro (DS-PT) fez a governadora mudar de posição e a opção pela nomeação do candidato petista, Bira, eram  favas contadas.

Então o candidato Sílvio Gusmão lutou pela sua nomeação, na justiça. O processo foi judicializado. Então a governadora nomeou uma interventora contra a democracia: Marília Xavier. A interventora em um ano saneou politicamente o CONSUN e os Centros, ou seja, obteve o controle esmagador dos colegiados e das direções de centro.

Então a interventora, com o aval da governadora fez uma eleição sem opositor competitivo e controlando a comissão eleitoral. Resultado, seu nome foi homologado e nomeado pela governadora, e assim começou o inferno astral na UEPA.

Hoje a autoestima da UEPA está comprometida, todos descreem em possibilidades democráticas nesta instituição e a DS-PT, mesmo às custas de todos os desgastes está armando um conjunto de ações articuladas para manter, pelas eleições o controle da UEPA, são estes os instrumentos: CONSUN sob rédeas, comissão eleitoral  manietada e a máquina administrativa a serviço da chapa branca, encabeçada por Juarez Quaresma.

Os primeiros lances das disputas revelam a ausência de escrúpulos nesta disputa, senão vejamos:

1-O candidato oficial, Juarez Quaresma se inscreveu sem se desincompatibilizar do cargo de pró-reitor como previa o regimento eleitoral, aprovado pelo CONSUN.

2-A proposta de regimento eleitoral  já veio pronta da administração superior passando por cima da comissão eleitoral.

3-Quando a DS-PT-Marília perceberam que tinham impugnado o candidato oficial, veio a primeira manobra casuística que expõe as vísceras antiética do grupo de poder que domina a UEPA, qual seja:  após encerradas as inscrições, realizaram uma manobra ilegal, usaram o CONSUN e reabriram as inscrições para a disputa eleitoral.

4-Neste intervalo de tempo, o candidato Juarez Quaresma, renunciou à candidatura a reitor, em seguida, entrou com o pedido para desincompatibilização do cargo de pró-reitor da administração Marília, viu sua desincompatibilização ser publicada no Diário Oficial, e depois voltou, depois de ter renunciado à candidatura, a se inscrever como candidato. Ou seja, as inscrições foram reabertas à revelia do regimento interno, só para beneficiar o candidato chapa branca.

5-A candidata Ana Cláudia Hage entrou na justiça contra o casuísmo, e ganhou a questão, o juiz determinou que somente fosse aceito a adição de novas candidaturas, jamais recandidaturas. O Juiz Elder Lisboa, no conteúdo, mandou retirar o nome de Juarez Quaresma da cédula de voto.

6-A Comissão eleitoral não acatou a decisão judicial, e o juiz pediu a prisão da presidente desta comissão. Neste momento o pedido está no Ministério Público, aguardando cumprimento de ordem por oficial de justiça.

7-A DS-PT-Marília então resolveram contra-atacar e as “bases” entraram com o pedido de cassação da candidatura Ana Cláudia Hage, alegando que a mesma não se desincompatibilizou do DAS que percebe no governo estadual. Acontece que o regimento eleitoral só fala em  desincompatibilização de cargos da administração superior da UEPA. Mas como o “CONSUN” É SOBERANO,  a DS-PT-Marília, deverão aprovar a cassação desta candidatura, assim que o CONSUN  vier a dar quórum.

8-A judicialização das eleições já é um fato. Este tema deve parar no Tribunal de Justiça. As eleições estão sendo suspensa por absoluto apego a cargos, funções e máquina administrativa por parte da DS-PT.

Enquanto isso a UEPA sangra. A crença na democracia se esvai, a academia deixa de acompanhar o desenvolvimento de outras instituições de nível superior. A UEPA TEM BAIXA PROPORÇÃO DE DOUTORES em relação ao número de docentes. A pós- graduação que é a alma e o corpo de uma universidade não demonstram sinais de recuperação. Quem sofre é o nosso povo e a nossa região que continua pobre em cursos de excelência em áreas vitais como saúde e educação.

Enquanto isso a DS-PT quer manter, a todo custo, o controle burocrático, político e financeiro da UEPA. Valha-nos quem? A democracia é mera formalidade nas disputas dentro da UEPA, o que vale mesmo é o jogo de poder pelo poder, onde a democracia serve como instrumento de manobra.

Creio que fazer eleições com este grupo controlando todo o poder na UEPA é entregar o ouro. Tudo será usado para garantir a vitória, mesmo que sejam as custas de métodos condenáveis. As comissões eleitorais, receptoras e apuradoras estarão com a credibilidade sob questionamento.

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