Estive um ano no governo Ana Júlia (2007-2008). Não sei o por que de eu ter sido chamado.  Na  Casa Civil percebíamos que o governo, desde o primeiro ano caminhava para o desastre a partir de dois indicadores: a péssima relação com o legislativo e a inexistência de uma política de governança baseada no conselho de governo a ser formada pelos partidos da base  no  parlamento.

Elaboramos, pacientemente um manual das relações executivo-legislativo. Chamamos a atenção na Casa Civil para as difíceis relações com o parlamento. O governo fazia acordos e não os cumpria. Com a queda do chefe da Casa Civil, Charles Alcântara, a primeira medida do novo Chefe, o Puty, foi minha sumária e desrespeitosa exoneração.

Nos anos seguintes, 2008, 2009 diagnostei a situação do governo, tudo registrado em meu blog, mas todos do núcleo de governo permaneceram surdos. Somente entrei na linha de crítica aberta às políticas de governo no último ano de gestão. (2010). Pela academia sinalizei abertamente para o cenário de derrota dos petistas, há 8 meses das eleições. Ninguém, no governo,  levou a sério.

Todos acreditavam  que bastaria o uso da máquina federal, da máquina estadual, de setenta prefeituras e de 14 partidos para liquidar a fatura nas eleições de 2010. Ledo engano.

Hoje vejo o cerco ao governo tucano no Pará. A vitória do PSDB de 2012 em Belém revelou um partido arrogante na gestão da vitória eleitoral. Nenhum partido importante ou candidato foi chamado para compor o primeiro escalão de governo.

Agora na sucessão da UEPA, vejo que o tucanato, em nome de valores acadêmico não perceptíveis tende a nomear um signatário das forças de oposição para o comando desta instituição. Parece que o poder não vem encantando mais o tucanato no Pará.

Não nos cabe ser mais realista do que o Rei. Mas é bom registrar estas análises para a história. Adelante núcleo duro, rumo ao desconhecido.

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