Como minha esposa se aposentou como professora do estado, tive a oportunidade de acompanhar a vida nas escolas estaduais, de forma indireta, Martha foi uma militante ativa dos Conselhos Escolares e lutou bravamente contra diretores que só passavam no final da tarde na escola, e deixava toda a rotina administrativa nas mãos dos vices diretores, sem poder de coordenação da escola. Em suma, gestão zero.
Martha cumpriu seus últimos meses no estado na Escola Branca de Neve na PAAR, neste local assistiu a mais absurda das situações: uma diretora que é proprietária do prédio alugado à SEDUC e que administra a escola como se fosse uma feitora de sua própria casa: pais não podem adentrar a escola, nem para apanhar as crianças no final do expediente escolar. As professoras (temporárias) são distratadas na frente dos demais funcionários. O Conselho Escolar é fantasma, e a diretora administra todos os recursos de forma não transparente. A diretora sofria de crise de temperamento, o que em muito lembrava o transtorno bi-polar, aliás nunca existiu momentos de bom humor. Alta rotatividade de docentes na escola, porque ninguém aguenta a dita cuja. Esta diretora tem pelo menos três BO's nas delegacias de polícia do bairro. A SEDUC recebeu várias denúncias, de comissões docentes, mas nada foi feito. De dentro da SEDUC soubemos, que parte do aluguel da escola ficava em "mãos poderosas"do terceiro escalão da SEDUC, daí a inabalabilidade da diretora mal educada e grosseira.
Mas de uma forma geral, encontramos no estado, escolas que funcionam a contento. Muitos diretores vestem a camisa da escola e da educação. Os professores cumprem horário e o conteúdo programático é razoalmente ofertado.
Por outro lado, temos grande parte das escolas sem diretores comprometidos com a escola e com a educação. Existem professores que passam semestres inteiros enrolando os alunos, não cumprem horário e faltam quando querem, e o diretor sempre passa a mão na cabeça. É nestas escolas que o diretor vai na escola, passa meia hora e cai fora. O compadrio é o estilo da gestão contra os interesses dos alunos, da sociedade e da educação.
Em todas estas escolas, temos o mesmo professor, com a mesma remuneração, com a mesma formação, com a mesma carreira. Por quê a escola funciona bem em algumas escolas e não funciona em outras escolas?
Se o governo Jatene e o novo secretário da SEDUC, enfrentarem e resolverem este problema, o Pará terá resolvido o maior problema da educação: o funcionamento, a contento, das escolas no seu cotidiano. Parece simples? mais é isso mesmo...as escolas não funcionam, em grande parte porque não existe gestão, todos nós sabemos... se a porta está aberta...ela é logo ocupada. Então se existe compadrio como método de não gestão, só trabalham a contento meia dúzia de docentes que tem compromisso em primeiro lugar com sua consciência e em seguida com os alunos e com a sociedade.