Como pode um sistema político brasileiro funcionar com 20 partidos nominais, oito partidos efetivos e um sistema eleitoral proporcional de lista aberta sob a égide do voto despolitizado e personalizado?

Resposta: através de uma engenharia institucional fundada nos seguintes princípios:

1- Tutela orçamentária do executivo sobre o legislativo.

2- Permissão de coligação em eleições proporcionais ampliando a base clientelística no congresso

3- Pragmatismo político do partido governante, admitindo na base parlamentar até os opostos ideológicos

4-Concentração do orçamento no governo da União e nos governos estaduais em detrimento do governo municipal.

5- Orçamento autorizativo, colocando o parlamento nas "mãos" do executivo, favorecendo a política de patronagem com o uso da "caneta" para liberação de emendas parlamentares.

Isto posto:

É garantido a governabilidade a alto custo e temos como consequência a completa desmoralização dos deputados, do parlamento com prejuízo estratégico para a crença no parlamento e nos parlamentares e como tal para a democracia.

Este prejuízo dá-se porque os deputados não tem como responder as demandas cotidianas de suas bases eleitorais. Em todo o mundo ocidental os eleitores esperam do parlamentar, além de fiscalizar o executivo e formular projetos de leis, também este, deve  servir de  "síndico" da cidade e da região, ou seja, levar recursos, através de emendas parlamentares para as regiões. Enfim... o eleitor vê o parlamentar como um realizador...isto é fato apurado em pesquisas científicas.

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