Detectei o empate entre Jatene e Helder em dezembro de 2013. Naquela altura Helder tinha  cinco pontos na frente de Jatene. Como a margem de erro era de 5%, tínhamos claramente um empate técnico com tendência para a oposição.

Todas as minhas sondagens, e foram três, indicavam a mesma tendência, mas a partir do mês de julho, notei que este empate se intensificava com uma clara melhoria do governador Jatene nas regiões metropolitana e sul do Pará. A pesquisa do IBOPE divulgada há uma semana pelo jornal O Liberal confirmou claramente esta tendência.

O eleitorado do Pará, tem aparecido claramente dividido entre a continuidade do governo Jatene ou  a eleição de um candidato opositor, no caso Helder Barbalho.  Estes números retratam, de um lado, os sucessivos erros cometidos pelo governador Jatene que externou publicamente sua vontade de não competir mais ao cargo de governador, e de outro,  a enorme disciplina do PMDB que colocou Helder há dois anos na “estrada” à caminhar pelo Pará.

Tanto Jatene como Helder carregam o desgaste de serem políticos e como tal detém baixa credibilidade em pelo menos um terço do eleitorado.  A rejeição de ambos beira os 30%, e a imagem de corruptos não deixa nenhum destes dois candidatos incólumes. O povo acha que todo político é corrupto.   Jatene ostenta um número muito perigoso: que  é o fato de contar com menos de 30% de avaliação ótimo/Bom.

Helder carrega o peso das acusações contra seu pai, o senador Jáder Barbalho, e Jatene lida com o fato de que a percepção  negativa em torno da saúde e da segurança é uma realidade incontestável.

Helder conta com a poderosa mão e voz apoiadora de Lula e Dilma e Jatene está usando com muita maestria a prestação de contas  televisiva de seu governo embalada por obras de pavimentação asfáltica nas regiões metropolitanas, nordeste e sul do Pará.

Os números das pesquisas formais e informais ainda não autorizam nenhum analista a dizer que já existem claras tendências de quem seria o vencedor. Uma coisa parece clara: existe hoje uma tendência clara de segundo turno nas eleições paraenses.  A maioria dos candidatos  nanicos operam  no espectro da oposição ao governo Jatene, a exemplo de: PSOL, PV e PRBT, o que deve acender  sinal amarelo nos arraiais tucano num eventual segundo turno.

Com o início do horário eleitoral gratuito nos meios de comunicação, naturalmente o eleitorado começa a se voltar, lentamente para o processo eleitoral. Mais de 40% do eleitorado, nas pesquisas espontâneas revelam que ainda não estão pensando em candidato ao governo do Pará. Portanto, ainda existe uma grande batalha a ser travada nas próximas semanas.

Uma forte batalha espontânea  é perceptível nas redes sociais, mas as candidaturas Helder e Jatene  revelam que ainda não  construíram uma clara estratégia no palanque virtual. Uma simples notícia desabonadora pode atingir, em escala viral, muitos milhares de eleitores em poucas horas. Não vejo, de forma organizada ataques e contra ataques, inteligentes, no palanque cibernético.

Creio que quem priorizar as ruas e secundarizar o palanque virtual poderá estar cometendo o maior erro estratégico nesta campanha eleitoral. O eleitor hoje se reúne muito mais nas comunidades virtuais do que em salas de reuniões habituais. Na minha opinião, as carreatas de finais de semanas mais prejudicam do que ajudam os candidatos, afinal, inventar engarrafamento, ao eleitorado estressado,  nos finais de semana, é o fim da picada.

Até o dia 19 de setembro publicarei uma pesquisa com o selo da comunidade acadêmica para ajudar, de forma republicana, o povo do Pará a melhorar suas informações sobre o posicionamento dos candidatos ao governo e ao senado federal.  Conto com o apoio de todos aqueles que querem ver uma pesquisa, de fato, imparcial.

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